Sob a Sombra da Árvore
Hoje, enquanto caminhava pela praça, parei debaixo de uma árvore. Era uma daquelas que, mesmo sem muito esforço, oferece sombra para quem precisa de um descanso. Ali, sem pressa, fiquei observando a vida ao redor. As pessoas iam e vinham, e a árvore, imóvel, estava ali, como testemunha de tantas histórias que passavam por ela.
Pensei, por um instante, no quanto uma árvore pode ensinar. Ela está sempre ali, paciente, vivendo o tempo ao seu ritmo. Não se apressa para crescer, não lamenta quando as folhas caem. Ela simplesmente segue o curso natural das coisas. A árvore é mestra no que nós, humanos, tantas vezes temos dificuldade de compreender: viver o momento presente.
Sob sua copa, vi um casal que sorria sem motivo aparente. Talvez fosse apenas a brisa fresca que passava entre as folhas, ou a tranquilidade de estar junto, em silêncio. Não sei o que pensavam, mas fiquei feliz por eles. Vi também uma criança correndo, enquanto a mãe, de longe, a observava com um olhar protetor. A árvore acolhia a todos, sem distinção. É um tipo de generosidade que me comove.
Naquele instante, percebi que, assim como a árvore, todos nós temos raízes e galhos. Nossas raízes estão nas nossas memórias, naquilo que nos sustenta, enquanto os galhos são nossos sonhos, nossas conquistas que se estendem para o futuro. E, entre essas duas extremidades, há um presente cheio de possibilidades.
A árvore, sempre tão simples em sua existência, nos lembra que também precisamos de raízes profundas e galhos que alcancem o céu. Que, de vez em quando, precisamos apenas parar e apreciar a sombra.
E, quando o vento soprar, talvez sejamos leves o suficiente para dançar, como as folhas, sem medo de cair.
Nêrilda Lourenço
Enviado por Nêrilda Lourenço em 21/09/2024