Sob a lona rubra do circo errante,
Noite após noite, em luz tremulante,
Surge o mago, de capa encantada,
Com seus feitiços, a plateia assombrada.
Seus olhos brilham com o fogo das eras,
Enquanto invoca as estrelas quimeras,
Criaturas mágicas dançam no ar,
Sob seu comando, começam a brilhar.
Dragões cintilantes e fadas de névoa,
Circulam no vento, como flocos de névoa.
Gigantes adormecem sob seu poder,
E a lua se curva ao seu bem-querer.
Cada passo, um segredo, um véu revelado,
O tempo se dobra no circo encantado.
Entrelaçado em sombras e luzes, está
O mago que brinca com o verbo e o olhar.
Seu cajado retumba, ecoa o trovão,
E seres esquecidos surgem da imensidão,
Levam o circo por mares e montes,
Guiados pelas estrelas e fontes.
Mas em seu peito, oculta verdade,
Há mais que feitiços, há a saudade
De um reino distante, perdido, quebrado,
Que ele busca nas noites do circo dourado.
E assim o mago segue vagante,
Com o circo, seu lar, seu fado errante,
Desenhando destinos nas noites estreladas,
Um mestre de magias e almas encantadas.