Pompílio Cordeiro da Cruz nasceu em 6 de janeiro de 1861, na histórica vila de Canindé, no Ceará. Era filho do Major José Cordeiro da Cruz e de Dona Joaquina Cordeiro da Cruz, conhecida carinhosamente como Quinô. Desde cedo, demonstrou interesse pelos estudos, iniciando sua formação no Ateneu Cearense.

No final de 1877, após concluir oito preparatórios para o curso de Direito, Pompílio fez uma breve pausa nos estudos para dedicar-se ao comércio. Contudo, sua vocação acadêmica falou mais alto e, em julho de 1880, retornou aos estudos no prestigiado Instituto de Humanidades, sob a orientação dos renomados Padre Bruno Figueiredo e João da Cruz Saldanha.

Em 1881, matriculou-se na Faculdade de Direito, concluindo sua formação em 3 de outubro de 1885, quando recebeu o título de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.

Com sua formação consolidada, Pompílio retornou ao Ceará, sendo nomeado Promotor Público da Comarca do Crato, cargo que assumiu em 28 de dezembro de 1885. Permaneceu no posto até fevereiro de 1888, quando foi designado para atuar em Assaré, mas recusou a remoção, optando por estabelecer seu próprio escritório de advocacia em Baturité.

A chegada da República trouxe novos rumos à sua carreira. Em 1º de agosto de 1890, foi nomeado Promotor Público de Baturité, mas deixou o cargo em 31 de março de 1892, após a queda do então presidente da província, General José Clarindo de Queiroz.

Seu prestígio e dedicação à educação o levaram a ser nomeado Diretor da Escola Normal durante o governo de Franco Rabelo. Também atuou como professor interino da Faculdade de Direito do Estado, sendo posteriormente efetivado no cargo durante a gestão de Benjamim Barroso.

No cenário político, Pompílio integrou o primeiro Congresso Constituinte Cearense, sendo eleito Deputado, o que ampliou ainda mais sua influência na vida pública. Jornalista e defensor das liberdades democráticas, fundou e dirigiu o jornal A Vanguarda, na cidade de Crato.

Homem de cultura vasta e profunda, era reconhecido como um orador brilhante e advogado de grande renome, deixando um acervo de textos jurídicos e publicações. Entre suas obras mais conhecidas, destaca-se “A Legenda de Ouro”, onde narra, com firmeza e paixão, os turbulentos últimos dias do governo Acióli, de quem foi crítico ferrenho.

Após uma vida dedicada à justiça, à educação e ao jornalismo, Dr. Pompílio Cordeiro da Cruz faleceu em Fortaleza, no dia 21 de dezembro de 1921, sendo sepultado no cemitério São João Batista. Sua trajetória permanece como um marco de compromisso com o saber, a defesa da justiça e o desenvolvimento do Ceará.